domingo, 9 de maio de 2010

Encontro de Dança e entrevista com a bailarina Izabelly Possatto


Ainda há quem reclame que não há eventos gratuitos ou a preços populares em Vitória, e se engana quem acredita nisto. Por exemplo, dia 6 de maio, no Teatro da UFES, aconteceu o ‘Portas abertas’, evento que antecede o EnesDança (Encontro Estadual de Escolas de Dança). A entrada era 1 kg de alimento não perecível e garantiu pelo menos 700 kg de doação para a CAOCA (Casa de Acolhimento e Orientação a Crianças e Adolescentes).
                                               Coreografia de Single Ladies. Foto por Patricia Garcia.
Da leveza e suavidade do ballet clássico ao grito das ruas com o Street Dance, o espetáculo compunha-se de cenas rápidas de cada escola de dança. Todas as escolas de balé da Grande Vitória participaram e construíram um evento rico e voltado para todas as idades. As jovens Beatriz Miranda e Pamela Paixão, que conhecem algumas companhias de dança, afirmaram: “Normalmente, não nos interessamos muito por balé, mas voltaremos no EnesDança em julho.”   
A representante da CAOCA  estava radiante com a quantidade de doações recebidas para a instituição. Mira afirmou que algumas pessoas traziam até 5kg de alimentos, porque realmente se compadeciam com a causa.
Sob a organização de Monica Tenore e Luciana Zanadrea, o EnesDança acontecerá nos dias 13, 14  e 15 de julho no Teatro Universitário da UFES e ainda não há preço definido para os ingressos. Grupos de dança ainda podem se inscrever até dia 14 de maio através do email enes.danca@gmail.com.
“É o preço pela arte”
                                          Izabelly Possatto durante a coreografia por Yuri Barichivich    
Estudante de Jornalismo e bailarina formada pela conceituadíssima Escola de Teatro Bolshoi no Brasil, Izabelly, mais conhecida como China, participou do ‘Portas abertas’ e conta para a Equipe Alternatribos sobre o universo do ballet.
EA: Dança ballet quanto tempo?
Isabelly: Danço ballet há 15 anos, comecei aos 4 e nunca mais parei. Confesso que por um tempo odiei (de uns 7 aos 10 anos) e fiz por obrigação da minha mãe, mas depois tornou-se um hábito e uma paixão. Formei-me na Escola de Teatro Bolshoi no Brasil, mas dedico toda base e grande parte de meu sucesso na dança ao Espaço da Dança, escola que me acolheu desde os 7 anos. Tenho meu diploma do método russo, mas ainda faço aulas como aluna na Espaço e ainda busco o certificado do método cubano.
Já desejou mudar de estilo?
Nunca desejei mudar de estilo, mas tenho vários que me identifico e gostaria imensamente de fazer. Sempre quando surge a oportunidade de dançar contemporâneo, por exemplo, eu danço porque é outra dança que gosto. Também já fiz 3 anos de flamenco quando mais nova.
Pensou alguma vez em desistir da dança?
Sim, já quis desistir do ballet por causa de dores insuportáveis na unha do pé. Realmente pensei em desistir, mas naquela época eu já não conseguia mais isso. Só de pensar na hipótese de uma rotina sem o ballet sentia-me mal. Quando um pouco mais velha desestimulei por não ter um físico de bailarina (perna em X, longilínea ...) e dizia que nunca chegaria em lugar nenhum. E justamente na época que eu me sentia o lixo maior fui aprovada na seleção do Bolshoi.
A rotina do ballet atrapalha sua vida cotidiana?
Não vou enrolar e dizer que não atrapalha, porém com tantos anos dela aprendi a lidar com isso. Ás vezes acontece de amigos reclamarem ou mesmo a família por ser todo dia e no sábado normalmente minha mãe reclama, pois toma toda minha manhã. É o preço pela arte .
Há competição mesmo em mostras de dança como o “Portas Abertas”?
Sim, há. Não por todos, mas sempre acontece. De escola contra escola, ou pessoal mesmo. É aprender a lidar para tentar amenizar o clima.
Pretende se tornar uma bailarina profissional?
Pretendi e pretendo, até porque considerando o diploma eu consegui tornar-me uma. No momento, entretanto, não procuro tão intensamente cias porque meu foco está na UFES. Acho essencial um curso superior, ainda mais fazendo dança. Para buscar qualidade faço cursos constantes, disso não abro mão; quero a melhor formação e qualificação pra mim.
Há chances de uma bailarina obter sucesso no ES?
O estado melhorou muito nos últimos anos em relação à dança, mas ainda não tem suporte para o ballet clássico. Não há uma cia que agrupe bons e fortes bailarinos clássicos. No contemporâneo isso já começou a mudar, com alguns grupos de expressão.
Sabemos o quanto dançar ballet se torna caro. Você conhece algum projeto de dança beneficente no ES?
Existe a ACES e a Fafi aqui no estado que eu saiba, mas na ACES quando a bailarina ou bailarino se destaca,  recebe convite e bolsas para ingressar em escolas particulares. A minha mesmo tem diversas bolsistas. Vale ressaltar que homem não paga para fazer ballet. A Fafi é gratuita também e tem profissionais de nome trabalhando. Ambas escolas recebem alunos por meio de uma seleção. Uma prova que varia com a idade.
E por último: China bailarina ou Izabelly jornalista? Qual das duas paixões é maior?
Vale as duas? (risos) O ballet é meu sonho de criança, que realizo a cada conquista, espetáculo, medalha. O jornalismo é o de profissão, que eu decidi na 8ª série e me faz querer estudar diariamente e espero que trabalhar também!

8 comentários:

Leandro Reis disse...

Mandou bem demais, Rebeca! Bela matéria.

Paty disse...

Adorei a entrevista com a China!! :D
E a foto do Yuri tá linda, né? :P

Gostei da matéria, o evento foi lindo! Só tinha lido sobre no Gazeta Online, e tava bem ruinzinho. Gostei mais dessa.

(mas no Chrome abriu metade dessa matéria junto com metade da anterior, levei um susto quando estava lendo! Só funciona direito no Firefox, mesmo)

Rebeca disse...

Não sei o que acontece, acho que só o Mozilla simpatiza com minhas matérias...

A China foi uma gracinha me respondendo a entrevista e sem falar nas fotos, né?! Yuri & Paty arrasaram nessas e em muitas outras!

Mas que bom que vocês gostaram! Ok, o Leandro é suspeito pra falar, mas ta valendo!

Polyane Morais disse...

Muito bom, de verdade.

Marcela de Paula disse...

Muito boa a matéria.
Mais linda ainda a primeira foto. ( cabelo vermelho = EU ) kkkkk

bjs :*

Unknown disse...

PArabens amigos.

China disse...

Adorei a matéria Rebeca, ficou completamente fiel ao que eu disse. O que prova que não são todos jornalistas (ou estudantes) que distorcem os fatos.
Ver a matéria separada e completa agora foi até divertido; revi algumas cenas que marcaram minha vida, não só minha, mas também de amigos ou de grandes cias que vi dançarem.

Adorei responder suas perguntas e continuarei a visitar o blog!

Lila disse...

que linda minha afilhada!

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