Quem anda pela orla de Camburi nas quartas-feiras à noite, nota algo incomum nas areias da praia: um grupo de indivíduos correndo e brigando por causa de uma bola em formato oval. É o time de futebol americano "White Shark" ganhando espaço em Vitória.
O esporte, não muito conhecido pelos brasileiros, vem conquistando adeptos na orla de Vitória. Ao caminhar pelo calçadão, muitas pessoas param e ficam admiradas com uma prática esportiva tão diferente presente em um cenário tão comum em todo o Brasil. "As pessoas têm curiosidade de saber o que é", diz Ruan Edson da Rocha, assistente técnico da equipe White Shark.
Ruan da Rocha começou a se envolver com o esporte há três anos. Agora, com 18, já faz parte da comissão técnica dos "Sharks". Segundo ele, por ser uma prática esportiva incomum no Brasil, as pessoas não sabem e não têm facilidade em aprender as regras. "Muitas pessoas já chegaram aqui querendo jogar sem saber nada de futebol americano", conta descontraído Ruan. O assistente técnico, desde que começou a praticar, sempre acompanha transmissões pela TV e procura se atualizar sobre as regras pela internet.
O White Shark é uma equipe fundada em janeiro de 2008. De acordo com Ruan, o elenco, que conta com cerca 40 pessoas, está sempre se renovando e, por isso, a necessidade de contar com novatos no time é grande. Embora seja uma equipe nova, já conseguiu resultados surpreendentes. A equipe masculina, por exemplo, é a atual vice-campeã estadual. Além do campeonato estadual, o White Shark disputa anualmente competições em Saquarema (RJ) e Santa Tereza. O sucesso da equipe de Vitória, porém, não se restringe à equipe masculina. A equipe feminina do White Shark conseguiu um terceiro lugar no último campeonato disputado em Santa Tereza (Colibri Bowl). Além das vitórias nas areias, três das meninas dos "Shark" foram convocadas para a Seleção Brasileira.
O interesse dos jovens em participar da equipe vem crescendo cada vez mais. Assim, qualquer pessoa que manifeste interesse pode passar a praticá-lo. Devido, contudo, a possíveis lesões proporcionadas pela prática do esporte - que é extremamente "pegado" - os interessados que são menores de idade devem ter autorização dos pais para começarem a jogar.
Não é de se estranhar, porém, que por ser um esporte que foge das características culturais brasileiras, muitos equipamentos deixam a desejar. Jogadores de todo Estado alegam a dificuldade de se conseguir os materiais necessários. "A única coisa realmente difícil aqui é arranjar equipamento", comenta Raonny, jogador dos "Tritton", time conhecido em Vila Velha.
Apesar dos problemas encontrados pelos adeptos capixabas do futebol americano, o esporte é uma ótima atividade física - correr na areia não é pra qualquer um - e uma grande dica de lazer.
2 comentários:
Eu ja conhecia, tenho um amigo que joga futebol americano e ja jogou contra os Sharks. Lindinha a materia!
Nossa, quem editou essa matéria mandou muito bem! Que genial esse título!
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